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A escuridão no fim do túnel (ou: algumas impressões sobre a segunda temporada de Demolidor)

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daredevilseason2teaser-170508Os dois primeiros episódios da segunda temporada de Demolidor são bastante introdutórios. Tem-se um panorama da Cozinha do Inferno após a prisão de Wilson Fisk, e a introdução de uma nova “ameaça”: um assassino implacável, com o diferencial de que, dessa vez, os alvos são pessoas que cometeram crimes.  Nesse contexto, a firma de advocacia Nelson & Murdock pega um novo caso.

O cliente é Grotto, que sobreviveu, o único até aquele momento, a um ataque do desconhecido assassino que assola o bairro nova iorquino em que vivem Karen Page, Foggy e Matt. A promotora Reyes – que encarna o papel de caça aos justiceiros – se dispõe a incluir o sobrevivente no programa de proteção à testemunha, se ele concordar em ajudá-la a encontrar o assassino. Ele concorda, é usado como isca, o plano da promotoria fracassa e começa o terceiro episódio, isto é, a segunda temporada começa efetivamente.

Como anunciei no título deste post, quero compartilhar algumas das impressões que me acompanham após eu ter assistido à segunda temporada de Demolidor. E, para fazê-lo, elegi o terceiro episódio da série, intitulado Para servir e proteger, como chave de leitura. A meu modo de ver, no episódio em questão são apresentadas situações que serão reiteradas e complementadas ao longo da temporada.

demolidzNo início do terceiro episódio, temos uma cena propositalmente borrada, que lembra um devaneio ou remonta lembranças de uma pessoa muito ferida. Na cena, Matt recebe cuidados em um lugar que parece ser uma igreja. No plano seguinte, ele aparece em um telhado, acorrentado. Pouco tempo depois, descobrimos que seu algoz é o assassino – a quem a promotoria, a mídia, a polícia e os civis chamam de Justiceiro – que estava exterminando os criminosos de Hell’s Kitchen. A partir daí, o episódio se desenvolve de um modo fascinante. O Demolidor e o Justiceiro travam um diálogo filosófico que é um dos grandes momentos da temporada e, depois, com o desenrolar dos acontecimentos, temos a magnífica cena da escadaria, que está para a segunda temporada como a cena do corredor está para a primeira.

Mais do que os melhores diálogos e a segunda melhor cena de ação da série, o terceiro episódio funciona como uma espinha dorsal da segunda temporada e sustenta reflexões sobre a figuração dos heróis e vilões, suas motivações, suas dúvidas e suas certezas.  É irresistível a tentação de procurar um elo entre a conversa que Matt e Frank tiveram sobre o que os diferencia e os aproxima e a cena da escada. Frank acredita que assassinar criminosos confessos e não confessos é um trabalho que tem de ser feito, e ele é a pessoa disposta a fazê-lo. Em contrapartida, Matt acredita que tirar a vida não é algo que cabe a quem quer que seja, e que dar uma segunda chance às pessoas é o certo a fazer.

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O campo do simbólico no episódio é muito vasto, por isso elegi dois elementos a partir dos quais podemos começar a pensar a segunda temporada de Demolidor: as correntes presas ao corpo do Matt e a escadaria na qual ele trava um combate. A imagem do Demolidor acorrentado é uma referência direta aos quadrinhos do Justiceiro. E o teor da conversa, na qual Frank disserta sobre a ideologia que o norteia a fazer uso da violência extrema, também é algo presente nos quadrinhos. Só por isso, a cena já seria icônica. E ela traz mais; nos faz encarar o vocábulo “correntes” e a avalanche de discursos que perpassa esse significante. Grosso modo, corrente é o símbolo das relações entre o céu e a terra. Para Platão, há uma “corda luminosa” ao redor do mundo. Ela cumpre o propósito de unir o céu e a terra. Na mesma pegada, sobre a escada paira o simbolismo do problema entre o céu e a terra. No âmbito artístico, vê-se a escada como suporte para a ascensão espiritual.

A oposição entre o céu e a terra é análoga à figura do Demolidor. Mattew Murdock é católico e, como tal, trava batalhas barrocas entre o certo e o errado e, no processo, por vezes é corroído pela culpa. A ideia da escada sustenta a leitura que é chave para a conceituação do Demolidor. Durante o dia, Matt está nos tribunais, defende pessoas conforme os parâmetros da lei. Está no topo, sob o sol, sob a luz, sob os olhares. À noite, ele se transforma no Diabo de Hell’s Kitchen. Vai ao submundo, inferno, do bairro em que vive, esconde-se nas sombras e, a seu modo, combate o crime. O desafio que ele encontra é o de buscar o equilíbrio entre as duas faces da sua personalidade. Na maior parte do tempo, ele não encontra o equilíbrio; por isso, sua firma de advocacia fracassa.

Daredevil-Charlie-Cox1Na segunda temporada da série, a dinâmica do Matt sob holofotes e do Matt sob as sombras pode ser lida a partir do modo com o qual ele se relaciona com Karen Page e com  Elektra Natchios. A primeira, que já havia sido apresentada na temporada anterior, e assim como a segunda, é uma velha conhecida dos leitores de quadrinhos, é muito bem trabalhada nesta temporada.  Seu relacionamento com Matt fica mais no campo do que é “puro”, para usar uma palavra cristã, isto é, do que é  socialmente aceito. Porém, Karen dá a entender que não condena completamente os atos do Justiceiro. Ela diz que sabe que o que ele faz é errado, mas começa a titubear quando admite, com certo receio, que os assassinatos dele podem ter um efeito positivo no que tange à segurança das pessoas que vivem em Hell’s Kitchen.

Por outro lado, quando está com a Elektra, Matt age de modo mais enfático. Ele continua sendo contra métodos de extermínio, mas se permite ser mais direto. O que ele reprime na presença da Karen Page, sai por entre os dedos quando a Elektra está em cena. Esta, em detrimento daquela, mata com uma certa facilidade. Apesar de se distanciar da Elektra dos quadrinhos em diversos aspectos, a da série conserva algumas características inconfundíveis: a perspicácia, a precisão para cumprir as missões às quais é designada, entre outros.

De volta à simbologia da escada no terceiro episódio da segunda temporada, pode-se perceber que Frank permanece no alto, terraço, o que pode simbolizar a psicose oriunda do trauma (supostamente) advindo do fato de ele ter tido a família exterminada. Ele está imobilizado, mas dá pra fazer uma leitura com viés psicológico; ele acredita que tem uma missão, ela está cima de quase tudo. Mas o Matt, bem, ele desce. Não apenas do terraço/telhado; ele desce ao seu inferno pessoal, sua consciência. Ele é católico, tem a oposição céu/inferno encrustada na sua formação e tem de lidar com freios morais, correntes metafóricas. Sua sanidade é questionável também, claro, mas ele é mais consciente do que o Frank, que revive/reencena a morte da família diariamente, enquanto, do seu jeito torto, “combate” o crime. Aqui, caberia uma reflexão sobre o estatuto da violência e a incoerência de tentar resolver os problemas da violência por meio de atitudes e leis violentas.

Achei particularmente sublime a ideia de que os dois estavam no “topo” e, quanto mais pessoas o Matt socava, mais ele descia. É como se a linguagem narrativa nos desse a oportunidade de brincar com a ideia de herói. Matt, e qualquer outro herói, não é superior a ninguém por fazer o que faz. Seus pés seguem para o térreo, o chão, onde estão os pés de quaisquer pessoas. Toda aquela sequência da escada foi linda demais. Foi claustrofóbica e, como eu disse, carregada de símbolos. A iluminação, o som, as imagens, enfim.

Como já mencionei, acredito que dê para comentar a segunda temporada da série com base no terceiro episódio, e isso se confirma no nono episódio: Sete minutos no paraíso. O título nos remete à uma brincadeira na qual um menino e uma menina entram em um quarto, fecha-se a porta e, depois de sete minutos, eles são alertados de que o tempo passou. Geralmente, brinca-se disso em festas de adolescentes e se coloca, propositalmente, meninos e meninas que tenham interesse um no outro. O que acontece no quarto durante os sete minutos não precisa ser revelado para as pessoas que permanecem fora dele. No episódio, a ideia de se estar frente a frente com uma pessoa a portas fechadas é vivida por Frank Castle. Ele tem a oportunidade de ficar diante de alguém que pode lhe dar informações sobre Blacksmith, pessoa que supostamente é culpada pela morte da sua família.

O título do episódio nos remete, também, ao paraíso: céu. Além disso, aparece o sete, que é um número significativo e emblemático. Ele corresponde aos sete graus da perfeição, além de ser visto como o símbolo universal de uma totalidade. Entretanto, como boa parte do episódio se passa na cadeia, percebe-se que há um deslocamento do sentido da palavra paraíso. Matt aparece neste episódio em uma situação semelhante à do terceiro episódio. Quando ele se encaminha para o “buraco” da “Fazenda”, com o objetivo de descobrir o que aconteceu com crianças que sumiram, focalizam-se escadas de um jeito que lembra o enquadramento das escadas no terceiro episódio. A pegada da “derrocada” e da “ascensão” é muito forte no episódio também.

E há uma claridade nauseante na cena da cadeia. A luta principal acontece sob luzes fortes, que realçam, de modo claro, os movimentos certeiros de Frank Castle. Luz essa que também enfatiza a figura do Rei do Crime que, sentado à beira do leito do homem que Frank Castle ferira gravemente, saboreia um bife, e diz ao moribundo que os seus pulmões se encherão de sangue. Ele termina o discurso dizendo que só há lugar para um Rei do Crime na prisão. A câmera se afasta e, lá no fundo, como em um túnel, vemos Wilson Fisk em toda a sua majestade. Rei do Crime: nomeado e coroado. É uma cena fantástica.

Algo que me agradou, bastante, na temporada foi a divisão dos episódios em arcos. Os arcos do Justiceiro e da Karen Page foram superiores ao da Elektra, mas talvez isso seja fruto da expectativa. Eu esperava muito do arco dela, e me decepcionei com a maneira com a qual ele foi conduzido nos episódios finais.  Ainda sobre os arcos, acredito que eles sigam uma estrutura de túnel na configuração dos episódios. Quando se está em um túnel, olha-se para frente, para aquela luzinha que tem no fundo dele, o objetivo. Na segunda temporada de Demolidor, cada personagem é conduzida por um túnel distinto e, eventualmente, os túneis se encontram, formam encruzilhadas. E, lá da prisão, Wilson Fisk coordena o encanamento por que passam os dejetos de Hell’s Kitchen. Encanamento que perpassa todos os túneis. Todos os caminhos passam pelo Fisk. Acho que, em termos de roteiro, é uma escolha justa. Arriscada, mas justa. Para ser Rei do Crime, é necessário saber reinar em qualquer lugar.

Não sei se para reforçar – ou forçar – o simbolismo, mas a escuridão que predomina nos episódios é bastante forte também. E aqui, entro num campo bastante pessoal: me incomoda muito. Acho que a escuridão atrapalha a visualização de certas cenas e me pergunto se ela não está lá para disfarçar o fato de que, tirando a cena da escada e a cena da cadeia, as outras foram mal coreografadas. Acredito que os diálogos da segunda temporada sejam melhor empregados do que os da primeira – que, invariavelmente, serviam apenas como ponte para as cenas de luta -, mas isso não significa que eu ache plausível a exibição de cenas de luta confusas.

Ainda sobre as coisas que me incomodaram na série, ressalto os desfechos corridos e ineficientes. A narrativa do Tentáculo (The Hand/A mão)  deixou muito a desejar.  E, nisso, a Elektra foi prejudicada. Já que ela foi posta como o Black Sky – Céu Negro -, deveria ter puxado o desenvolvimento da história do Tentáculo, que era para ser a “grande surpresa” da temporada, mas não passou de uma trama que, por ser mal desenvolvida, tornou-se desinteressante.

Céu Negro foi citado uma vez na história, quando Stick explica ao Matt qual é a batalha que ele travaria, e só voltou a ser mencionado no décimo segundo episódio. Com isso, a Elektra foi bastante descaracterizada. A personagem é ótima. Frank Miller criou uma personagem resistente e complexa. Ela teve uma ascensão brilhante, ao longo da série, mas a pressa dos episódios finais fez com que a personalidade dela fosse condensada, distorcida. A Elektra não é apenas a adaga sai – que, na série foi conseguida de um jeito bastante torto. Entretanto, o último episódio sugere que tanto a trama da Mão quanto a história da personagem Elektra serão retomadas na próxima temporada, o que pode sinalizar para o fato de que as coisas serão melhor explicadas.

Outra resolução que bastante desleixada é a do Blacksmith. Quanto a ele ser o Coronel Ray Schoonover, tudo bem, é plausível – embora, nos quadrinhos, ele seja um Skrull -, o que não funciona é o fato de ele ter sido abatido com muita facilidade. Ele esteve na guerra, é um estrategista, e não teve quase nenhuma reação diante do Frank. Achei que ele ofereceria um pouco mais de resistência.

Ainda sobre o Coronel Ray Schoonover, a casa dele, vista do lado de fora, me lembra muito a atmosfera da casa de The Amityville Horror.  É curioso que quando Stick estava sendo torturado, e teve entalhes de madeira enfiados nas unhas, ele tenha dado uma  risada desesperada e lunática que, associada aos dedos prolongados pelos palitos neles incrustados,  por alguns segundos, fez com que a sua fisionomia se assemelhasse à do Freddy Kruegger, de A hora do pesadelo. Tais fatores me levam a pensar que foram inseridas algumas homenagens ao gênero “Terror” na segunda temporada de Demolidor.

A escuridão no fim do túnel, título do décimo segundo episódio que peguei emprestado para nomear este post, remete a uma postura niilista: não há luz no fim do túnel, há mais escuridão. Mas talvez a grande questão seja descobrir que o túnel não tem fim. Conceitualmente, concebemos o túnel como algo que conecta, por meio da escuridão, uma zona de luz à outra. Ele é o símbolo de todas as travessias. Mas quando se assume que no fim do túnel há mais escuridão, mergulha-se no desespero. Talvez a luz que esteja embaçada pela escuridão seja esta: a ideia da continuidade, da vida, que pode ser um tanto quanto claustrofóbica, mas também pode nos proporcionar momentos de frestas de ar e de esperança. E, mais do que isso, é importante que tenhamos em mente que não é necessário chegarmos ao fim do túnel para que possamos começar a viver. É dentro do túnel que estão a luz e a escuridão, é dentro do túnel que estamos.

 

 

O que Maurício Schütz, Leo Verissimo e Cleonice Machado têm a dizer sobre “Love”, nova série da Netflix

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love20161181318705Em tempos de Netflix, assim que surge uma nova série, a gente precisa maratonar, pra não levar uma cusparada de spoilers na cara. Mas a verdade é que eu não sinto vontade de ver metade das séries que aparecem. Então, quando surge uma série cujo trailer chama a minha atenção, eu pego uma garrafa de café, sento em  frente ao Peeta [neste post, eu posso ser estranha e dizer que cometo o pecado de nomear PC/notebook/whatever] e só saio quando termino de devorar os episódios. Não, eu não sento em frente ao Peeta, porque maratonar série não é algo possível quando se vive em uma cidade e trabalha – oito horas por dia – em outra. Boa parte do meu tempo “livre”, eu passo dentro do ônibus e, quando chego do trabalho, tento ver um episódio por dia. Foi por isso que levei mais de uma semana para ver Love, série que foi disponibilizada na Netflix no dia 19 de fevereiro.

De uma série do Judd Apatow, a gente espera pessoas depressivas, ferradas, fracassadas, e extremamente divertidas. Não conscientemente divertidas, mas acidentalmente. Personagens do Judd Apatow sempre passam pelo crivo do desvio. Não é diferente com os protagonistas de Love: Gus (Paul Rust) e Mickey (Gillian Jacobs). Duas pessoas que se conhecem por acaso, ele paga a conta dela numa “vendinha” para evitar que ela fizesse um escândalo. Sim, o cara tímido, nerd, aparentemente altruísta, conhece uma garota espalhafatosa, exaltada, inteligente, encantadora e assustadora. Não se enganem, nenhum dos dois se manterão nos estereótipos que acabei de descrever. E aí está o motor da série, que não segue a fórmula de comédias românticas.

Há um caminhão de situações constrangedoras na série.  Há um balaio de expectativas criadas e soterradas. Há uma infinidade de palavras ásperas, de comportamento grosseiro, egoísta, entre outros na série. Mas isso não é privilégio de comédias românticas. Viver é enfrentar e desviar de constrangimentos mil, é ferir e se ferir. Viver é sentir medo em boa parte do tempo. A vida adulta nada tem a ver com não sentir medo. Adultos sentem medo, sentem pavor, mas a diferença é que eles sabem que, mesmo com medo, precisam continuar.  Às vezes, continuam sozinhos; às vezes, acompanhados. Prefiro este modo àquele.

É por isso que, para continuar a falar sobre a série, escolhi chamar dois queridos amigos: Leo Verissimo [Nunca errei a escrita de Verissimo, porque amo o Luis Fernando Verissimo, e sempre soube que não tem acento. Também não tem acento em “Leo”, que é nome, não apelido] e Maurício Schütz [eu não sei se tem o trequinho – ¨ – no “u” de Schutz. Nunca perguntei, mas agora surgiu a dúvida. Minduim, por favor, me diga se tem o trequinho no “u”. Eu nunca te pedi nada, Minduim, TEM O TREQUINHO NO U DO SEU NOME? Acento em Mauricio, eu espero que não tenha. Se tiver, escrevo o seu nome errado há quase uma década].

Tem circulado no Facebook uma brincadeira de séries. Série que mudou sua vida, série preferida, série que você indica, entre outros. Um dos amigos em questão, fez a lista. Fui lá comentar e, em um dos posts, perguntei se ele havia começado a ver Love. Os comentários que seguem foram retirados, com a autorização dos dois [quando vocês curtiram o comentário em que falei que compilaria os posts para um texto do Livros Legendados vocês deram a autorização, não foi? NÃO FOI? MENINOS, CÊS TÃO ME OUVINDO?], da conversa que tivemos, ao longo da semana passada, sobre a série.  Se vocês, como eu, têm problemas com spoilers, não leiam. Mas já aviso: vocês vão perder análises bonitinhas e constrangedoras de uma série que tem uma das visões mais realistas e devastadoras sobre relacionamentos.

Eu: Cê [Leo] chegou a dar uma olhada em “Love”, nova série da Netflix? Tô recomendando pra todo mundo (e só vi três episódios). A série é como um álbum, cheio de retratos que servem como um registro não do que o amor deveria ser, mas de como ele, em muitos casos, é. Então a gente começa a folhear o álbum e se depara com momentos bonitos, constrangedores, desesperadores, enfim, com um tanto de plásticos do álbum vazios, espaços que deveriam ter sido preenchidos pela negociação das diferenças gritantes para que o relacionamento amoroso funcionasse. (NETFLIX, QUE TAL ME CONTRATAR PRA FAZER REVIEW DAS SUAS SÉRIES?).

Leo: go make lasagna with your mom and leave us alone! tinha começado a ver hoje, o primeiro episódio é meio qq coisa mas no segundo já fica bem legal.

Eu: Sim, a partir do segundo, a coisa engrena. O primeiro causa estranhamento, aí a gente sente vontade de ver o segundo para descobrir o porquê do estranhamento.

 

Alguns dias depois…

Eu: Cê tá em qual episódio? Queria comentar um trem do oitavo e do nono, mas pode ser spoiler.

Leo: vi tudo.

Eu: Já que você viu: EU FIQUEI MUITO PUTA COM O GUS NO OITAVO E NO NOVO EPISÓDIOS [não terminei de ver o nono episódio, tô vendo o Galo, mas quando terminar, imagino que ficarei com mais raiva que já tô]. E também fiquei puta com a Mickey manipuladora sendo escrota com a Bertie [adoro a Bertie].

Leo: acho que ele agiu de um jeito bem difícil de empatizar mesmo, mas sei lá, faz parte, na vida real todo mundo é meio escroto também e tal.

Eu: Mas é aí que tá: porra, não é normal ser escroto daquele jeito, caralho. Não é normal. É real, mas não normal. Não deveria ser naturalizado. Sei lá, fico meio puta. [lembrando que: Mickey também é escrota com as pessoas, manipuladora da porra. Mas foi foda].

Eu: O comentário ficou sem nexo porque o Galo fez gol, aí eu me perdi e não disse o que eu não sei mais que iria dizer. hahahahah.

Leo: haha se é normal ou não eu não sei, mas…

Leo: acho que o ponto é que a ex-namorada dele tava certa, ele é ‘fake nice’ e cheio dos problema. Na hora eu achei meio esquisito, mas acho que ali a série mostrou que ia ser diferente de comédia romântica e tal. Menos relações são dificeis pq ~circunstâncias~ e mais são dificeis pq é todo mundo meio zuado.

Leo: but I afraid maybe this is girls all over again.

Eu: PORRA, ERA ISSO QUE EU QUERIA FALAR ANTES DE PERDER O FIO DA MEADA POR CAUSA DO GOL. ESSA PORRA VAI VIRAR GIRLS. JÁ VIROU. E EU NÃO DOU CONTA DESSA PORRA.

Leo: acho que não vai virar girls não.

Eu: Faço miçanga com drama, desculpa. Mas sei lá. Sim, é todo o mundo meio [muito] zuado. Mas… [acho que meus comentários não saem – dessa vez, foi o gol de empate – porque eu super tenho receio de fazer certos comentários nos posts alheios e o povo achar ruim por se identificar fortemente com o que eu tô comentando/criticando. Por exemplo: eu falaria um tanto de treco {que poderia soar ofensivo} e completaria com: “e não diga que a solução pras pessoas não se machucarem tanto é relacionamento aberto, porque eu vou mandar enfiar o relacionamento aberto no cu. E eu não tô enchendo o saco da galera que tá em relacionamento aberto. Todo mundo sabe o que funciona e tal. Só quero dizer que essa parada de as pessoas ferrarem umas com as outras acontece em qualquer relacionamento, porque não é a quantidade de pessoas com as quais se relaciona que está em jogo, é como você se relaciona consigo e com seja lá quantas pessoas, whatever.”]

Eu: Gus é um cara que rejeita qualquer coisa que saia do script [daí é super normal que ele e a Mickey só tenham se conhecido por causa daquele contexto específico. Em outros termos, eles não se encontrariam em um local de lazer, por exemplo, porque têm concepções diferentes do que é se divertir]. A Mickey rejeita qualquer coisa que esteja no script. Só isso aí já é motivo para a coisa ser infinitamente complicada. Só que acaba havendo uma inversão [um gancho genial]: Gus acaba sendo O ESCROTO, o que ele não parecia ser, e a Mickey acaba sendo A ESCROTIZADA [e ela super fazia o tipo de quem era escrota com todos, como a gente vê naquela festa da amiga dela e talz]. E quando isso acontece, eu meio que perco a boa vontade e paro de tentar entender as peculiaridades de cada um e começo a me estressar com o Gus.

Eis que chega o Minduim. Ele traz café e posts bastantes interessantes para a “Mesa-redonda sobre Love“. [Como vocês poderão perceber, ele traz a certeza de que sou a única dos três que desrespeita as normas de escrita internética. Eu não consigo deixar de sair botando letra maiúscula em tudo, mesmo sabendo que não se faz isso na internet. Aliás, eu também sei que caixa-alta, na internet, significa grito e, ainda assim, não consigo deixar de usar. SIGAM O EXEMPLO DO MINDUIM E DO LEO E NÃO DESISTAM DE MIM].

Maurício: mickey tá sendo a escrotizada, mas ela é bem escrota ainda e, principalmente, muito auto-envolvida. e acho que é isso que faz ela meio sabotar a relação dela com o gus, ela imediatamente transformou a relação dos dois num pathos necessário na vida dela, precisando que isso dê certo. e isso só amplificou as babaquices do gus.

ao mesmo tempo, eu curto que esse desespero dela por contato humaniza ela muito mais do que ele – ele com certeza saiu de babaca na história, merecendo, mas ele também caiu numa situação meio foda, ele é o projeto do ‘nice guy’ que vai salvar ela.

e eu naturalmente me identifico mais com a pessoa em casa stalkeando compulsivamente a outra

Ao contrário de mim, Minduim não sai escrevendo um tanto de coisa sem parágrafo. Até pensei em tirar o espaço entre as frases dele, mas sei que ele detesta blocos enormes de texto.

Leo: vê o décimo e a gente fala mais

Maurício: (apertei enter sem querer, ops)

Leo: a wild maurício appears!

Leo: mas é, concordo com tudo.

Eu: Vou comentar seu post, Minduim, mas, primeiro: PUTA QUE PARIU [PONTO DE EXCLAMAÇÃO, meu teclado tá pifando e o ponto de exclamação não funciona]. Quando vi outra pessoa, sem ser o Leo, comentando, pensei: “caralho, alguém ficou ofendido com algum comentário torto que fiz”. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Leo: (a gente devia ter um podcast)

Maurício: eu ouviria vocês, nem que só pra descobrir se a cleo fala tanto quanto escreve.

Ao invés de dizer: “que mané ouviria, você também PARTICIPARIA”, lá fui eu escrever textão pra confirmar que falo muito.

Eu: ahahah o pior é que falo. Há uma caralhada de tempo, lembro de o povo da Valinor ficar me enchendo o saco para entrar no skype e tal. Aí que eu entrei. E aí que eu falo muito, e falo rápido e, dizem, meu sotaque é muito carregado [mas eu nem acho que tenho sotaque; sério]. Então que, um dia, depois de algum tempo que eu tava falando sem parar, algum usuário do fórum, que nem lembro mais quem é, disse: “agora eu entendo o fato de a Cléo usar uma foto da Lorelai como avatar”. hahahahah

Não satisfeita, fui lá e escrevi outro comentário enorme.

Eu: Gente, mas faz mais de meia hora que eu disse que comentaria o treco que o Minduim falou [eu tava terminando de ver o nono episódio. Nossa, passei muita raiva.]. E a coisa passa por aí, mesmo: Mickey é escrota [já falei três vezes que ela é escrota com a Bertie e que eu gosto da Bertie, mas falarei mais uma vez, gente, eu preciso falar, EU PRECISO.], Gus assume o estereótipo do “nice guy”, mesmo, o que não dá muita chance para ele: a gente compra a ideia de que ele vai salvar a Mickey [essa porra é inconsciente. Racionalmente, a gente sabe que isso de salvar não funciona e coisa e tal], e, não concebe a ideia de ele ser menos do que a gente esperava que ele fosse. Tipo aquele episódio da Mágica lá. Gus é a pessoa mais fantástica do mundo no restaurante. Muito fofo ele pedir o treco lá por causa do molho que ela queria.

Em compensação, no trem de mágica, ele não dá espaço para a dissonância. Eu sei, eu entendo, é meio involuntário. A intenção dele foi ótima. Ele adora mágica, e queria compartilhar isso com a Mickey, mas ela não gosta de mágica, e tem uma concepção bastante diferente do que é mágico [confesso que, embora eu goste de mágica, estou com a Mickey nessa de a mulher que tava na entrada, fascinada com a coisa toda, era a verdadeira mágica da parada toda]. Tudo bem, até aí, tava ok. Mas na hora do casaco [nossa, gente, para. Eu sinto frio o tempo inteiro, pô, super quase senti frio quando a Mickey tava reclamando do frio hahaha], ele culpou a Mickey por ela sentir frio. Tá, ela deu show, haha, mas o ponto nem é esse: ele ficou puto com ela por ela não ter a reação que ele esperava.

Repito: Mickey é manipuladora, escrota, e tudo o mais. Mas a gente sente empatia por ela quando ela assume que ferra tudo, e que vai ferrar tudo mais uma vez, como sempre faz. Precisa que dê certo, porque nada mais dá certo [minha filha, não tem como isso funcionar]. E ela não vai se debruçar sobre os motivos de nada mais dar certo. Não vai. Tentará o caminho “fácil”. E, sobre o Gus, lançamos expectativas inatingíveis, mas ele ultrapassa os limites nos episódios 8 e 9. Não sei se ele vai recuperar meu afeto [meu Deus + um ponto de exclamação], acho difícil. Fiquei bem puta com ele no nono episódio.

NOSSA, EU QUASE ME PROMETI QUE NÃO ESCREVERIA MUITO. AINDA BEM QUE NÃO PROMETI. DESCULPA. VOU VER O DÉCIMO EPISÓDIO.

No dia seguinte [03 de março]:

Maurício: eu curto que ele tenha feito isso, haha. é algo que torna mais difícil de lidar com o personagem, mas essa inversão das minhas expectativas pros papéis deles eu acho bem interessante

e eu concordo em geral com o que rolou no magic castle, foi meio uma sequência de erros — mas ela foi bastante cínica, também, em nenhum momento tentando entender o que atrai ele na mágica (e ele não tentando entender a reação dela à mulher, etc); a treta com o casaco eu culpo a administração do lugar, mesmo haha. e acho que ele ficou mais irritado por se constranger num lugar que ele gosta do que pelo frio? algo assim

(não sei se parece, mas eu curto mais a mickey, as únicas coisas que ela faz que me irritam mesmo são as babaquices com a bertie [que eu adoro], o resto eu acho ambos meio coerentemente idiotas).

No dia seguinte [04 de março]:

Eu: Só vi o décimo episódio ontem. Eu queria ter visto na quarta, mas fui ver o jogo do Corinthians. [Desculpa, gente, eu gosto de futebol.]

“Eu curto que ele tenha feito isso”: se numa mesa de bar estivéssemos, este seria o momento em que eu daria um tapa na mesa haha e, depois que todo mundo arregalasse os olhos, eu diria: “o pior é que eu também acho que foi fundamental para quebrar a expectativa”.

E eu acho que também já comentei isso em alguma parte do tanto de trem que falei anteriormente: a passagem do Gus “fofo” para o Gus “escroto” e da Mickey “escrota” para a Mickey “escrotizada” [não dá pra dizer que ela se tornou fofa, na verdade, nem dá pra dizer que o Gus se tornou escroto. É bastante visível, já no primeiro episódio, que o cara era um poço de rancor; isso só foi se desenvolvendo, ao longo dos episódios, com os gatilhos certos] é o que faz a série andar.

A Mickey quebrando a cara com o Gus é um enorme: APOSTEI NO CAVALO ERRADO. Mas relacionamento é isso: apostar no cavalo errado é essencial para a coisa funcionar. A gente aposta nas expectativas que cria, e elas, quase sempre, são projeções, ou seja, cavalos errados. Só depois que elas são desfeitas, é que a coisa começa a funcionar [ou degringolar] efetivamente.

No fim das contas, se o Gus não tivesse feito o que fez no oitavo e no novo episódios [claramente, não superei, hahaha], a série continuaria a reiterar, por inteiro, a fórmula da comédia romântica. Ele fez merda, como qualquer ser humano é passível de fazer, mas a gente não o via como um ser humano, né? Ele era o cara legal que faria com que a Mickey se acertasse no amor. Agora ele é um cara humano, que é capaz de fazer tanta [ou mais] merda quanto a Mickey. Então vamos ver se os dois são capazes de lidar com isso.

P.S.: Sim, eu sei que você gosta da Mickey. hahaha E eu também já comentei que minha raivinha dela é pelo que ela faz com a Bertie. Sou team Bertie. E fiquei muito puta com a Mickey por causa do trem do gato. E mais puta ainda porque ela falou pra Bertie não se impor naquele dia, que era um dia difícil. QUANDO QUE A BERTIE SE IMPÔS? NOSSA, MICKEY. PORRA, MICKEY [PONTO DE EXCLAMAÇÃO].

E o Leo aparece para enfatizar algo importante.

Leo: não vai virar girls!!!

Eu: ASSIM SEJA [PONTO DE EXCLAMAÇÃO]. EU GOSTEI TANTO DE “LOVE”, QUE NÃO SUPORTARIA O GOLPE DE A SÉRIE VIRAR “GIRLS”, QUE EU DETESTO.

Leo: que esquisito todo mundo concordando nessa thread.

Eu: Nós três somos uns fofos. hahahaha.

Minduim decidiu reforçar a ideia do tapa na mesa e, de quebra, quis semear a discórdia, mas nós três somos muito fofos. hahaha

Maurício: acho que o momento tapa na mesa ia ser quando eu dissesse que, apesar de achar babaca e um erro o que o gus fez no oitavo e nono, eu não acho assim horrível. ele preferiu a relação mais fácil/simples – e ele e a mickey tavam num momento bastante inicial, que é em geral mais maleável. a covardia dele em lidar com isso é que eu acho horrível, mesmo

(criei discórdia???)

só comentei da mickey porque pode parecer que eu tô relativizando as babaquices do gus; mas eu gosto dela exatamente porque ela é mais complicada.

Maurício: não acho que vire girls. love tem uma narrativa mais definida. girls no começo era mais retrato da geração, não tinha tanto interesse em arco – e foi a introdução de narrativas mais clássicas (?) que complicou minha relação com a série, enfim.

Eu: Além do tapa na mesa, eu viraria um copo de cerveja, ficaria muito vermelha, suspiraria fundo [já tô me perdendo na gradação. Aproveito o momento para dizer que o não uso de parênteses é pelo mesmo motivo do não uso de ponto de exclamação: teclado ferrado] e começaria a xingar o Gus: UM COVARDE DA PORRA. NOSSA, UM COVARDE. QUE FICOU SÓ CHAMANDO A MICKEY DE ESTRANHA, DIZENDO QUE “AI, EU ESPERAVA QUE VOCÊ NÃO FOSSE UMA MULHER COMO AS OUTRAS, MAS VOCÊ ESTÁ SURTANDO COMO AS OUTRAS, E NÃO SAI DO MEU PÉ E”… NOSSA, GENTE, QUE RAIVA DO GUS.

[aí eu me daria conta de que estava exaltada e sentaria]. Acho ruim ele ter reagido como reagiu. Não falou com a Mickey que: “ok, eu senti vontade de transar com a [não lembro o nome], transei.”. Mas ele prefere fazer aquele mesmo jogo insano de jogar a culpa nos outros e não assumir que fez o que sentiu vontade de fazer, o que desejou.

Prefere ignorar as mensagens da Mickey. Prefere fingir que a coisa não existe, o que resultou naquela cena patética no set. VOLTA, GUS MALUCO-DIVERTIDO QUE PROMOVEU UMA LINDA METALINGUAGEM AO DEFENESTRAR BLU-RAY PELA JANELA DO CARRO. [Gus recuperou um pouquinho do meu afeto com a sacada do Woody Allen, no último episódio. hahahahah]

E eu gosto/tenho medo da Mickey-stalker-ou-eu-vi-você-falando-no-instagram-que-precisava-de-comida-e-apareci-no-local-em-que-nos-encontramos-pela-primeira-vez. HAHAHAHAHAHAHAHAHA

E foi então que surgiu a brilhante ideia para este post no Livros Legendados [o que deve ter externado o meu desejo de escrever um post para o BuzzFeed]:

Eu: Se virar Girls [não virará], não promoveremos um festival de lindos e surtados posts para comentar a segunda temporada. Vocês até promoverão, mas eu não participarei, porque cês sabem que eu não gosto de Girls. E meu caso nem é como o de vocês, que curtiam a série no início. Eu não gostei do início, e continuei a ver, mas não gostei.

Por falar nos nossos posts, eu bem que podia compilar isso tudo num post para o “livros legendados” bem no estilo: uma série em três vozes. Ficaria divertido, tipo um post-mesa-redonda. Mas tô com muita preguiça de postar no blog.

Leo: eu obviamente me identifico bem mais com a maluquice da mickey tb.

Aproveitei o gancho da maluquice.

Eu: Já que estamos falando sobre a maluquice da Mickey, posso ser maluca e perguntar se, quando eu falei em “um festival de posts lindos e surtados”, ficou claro que “surtados” não é para os posts de vocês, mas para os meus? Desculpa, gente, eu sei que é bem claro que eu sou a surtada de nós três e tal, mas o campo comunicativo é cheio de encruzilhadas, e uma palavra-ruído pode comprometer todo um processo de comunicação.

Maurício: haha mas com tudo que você escreveu eu concordo, foram as coisas que eu achei escrotas nele.

Maurício: e acho que a minha ideia favorita da série são as festas fazendo música tema pra filmes, queria que fosse real.

Eu: O lance das festas rendeu menos um ponto pra Mickey. Fiquei triste quando ela desdenhou das festas em que Gus e os amigos faziam música-tema para diversos filmes. Eu achei a ideia genial. Eu gargalhava vendo aquilo. Claramente a minha concepção de diversão não bate com a da Mickey.

O que fica disso tudo é que, quando Leo, Minduim e eu estivermos juntos em uma mesa de bar, vamos fazer um oceano de músicas temáticas para filmes, bater a mão na mesa, e gargalhar. E o mais importante: vamos gargalhar com “hahaha”, porque gargalhar com “kkkk” não é algo que se faça.

Update: Maurício respondeu à pergunta sobre o trequinho no “u” de Schütz, e o acento em Maurício. Eu escrevia o nome dele errado há quase uma década [ele disse que escreveu de qualquer jeito no FB, e eu apenas reproduzia a escrita que estava lá]. Isso significa que, sim, eu atualizei tudo, inclusive o título, mas deixarei a pergunta lá, porque ela é bonitinha.

 

 

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